Devido à complexidade da ejaculação precoce, ainda não há um consenso geral quanto ao seu tratamento, à sua definição e à sua etiologia. Ela tem sido estudada há mais de 100 anos, e em cada período ela foi vista por determinado ângulo: fenomenológico, psicanalítico, comportamental e neurobiológico.
Hoje, é usada a abordagem psicofisiológica, que engloba o indivíduo como um todo, fazendo um estudo detalhado sobre o seu estado psicológico, a sua história de vida e a sua condição neurobiológica. Por isso, o que era considerado antes como distúrbio, atualmente, é uma síndrome.
Quais são as subcategorias da ejaculação precoce
Por causa dessa mudança de categoria, a classificação da ejaculação precoce está sendo revisada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V, ou DSM-V. Após a revisão, ele será lançado em 2012 com a ejaculação precoce, sendo elas: ejaculação precoce permanente, ejaculação precoce adquirida, ejaculação precoce natural variável e ejaculação precoce do tipo precoce, cada uma com as suas características e tratamentos próprios.
Na ejaculação precoce permanente, o homem sofre dela desde as suas primeiras relações sexuais e ela continua em quase todas as relações com todas as mulheres. Em 80% das vezes, o homem ejacula entre 30 e 60 segundos após a penetração e, em 20%, entre 1 e 2 minutos. Esse tipo de ejaculação precoce continua pelo resto da vida sexual masculina em 70% dos casos e, nos 30% restantes, ela tende a piorar. O controle sobre a ejaculação pode ser ausente ou mínimo, porém, esse não é um motivo forte para que essa subcategoria seja diagnosticada.
Dessa forma, a ejaculação precoce permanente é induzida por causas neurobiológicas e, portanto, deve ser tratada com medicamentos específicos.
A ejaculação precoce é do tipo adquirido quando ela acontece em algum momento da vida do indivíduo e persiste acontecendo de modo gradual. Portanto, ele já teve uma vida sexual normal. Há algumas causas notáveis para o aparecimento dessa subcategoria de ejaculação prematura como disfunção urológica, disfunção erétil, prostatite, disfunção da tireóide, problemas psicológicos ou com o relacionamento amoroso. Pode haver a falta de controle sobre a ejaculação, porém, não é obrigatória a sua existência para ser diagnosticada como tal.
Como esse tipo de ejaculação precoce pode ter sido causado tanto por causas biológicas quanto psicológicas, é preciso saber o real motivo para administrar o tratamento ideal. No caso de problemas biológicos, o médico receitará os medicamentos necessários e, no caso de problemas psicológicos, um psicólogo deverá ser procurado.
Quando a ejaculação precoce acontece de forma inconsistente e irregular, ela é do tipo natural variável. O controle sobre a ejaculação pode não acontecer ou ser diminuído, mas não é isso que diagnosticará essa subcategoria de ejaculação precoce. O tempo de ejaculação é normal ou é curto, de aproximadamente 1,5 minuto, com pouco controle ejaculatório.
Como essa subcategoria de ejaculação precoce acomete o homem eventualmente, não há evidências psicológicas ou biológicas da sua causa. Por isso, esse homem deve passar apenas pelo aconselhamento de um terapeuta sexual para que ele aprenda a dominar a sua excitação.
Por fim, a disfunção ejaculatória do tipo precoce acontece quando o homem tem uma percepção subjetiva de que a sua ejaculação seja rápida, e ela pode ser consistente ou não, apenas fruto da sua imaginação. Então, esse sujeito se preocupa em demasia achando que a sua ejaculação aconteça rápido demais ou que não tenha controle sobre o momento ejaculatório. Portanto, os seu período de latência ejaculatória intravaginal está dentro dos padrões de normalidade, entre 5 e 25 minutos e tal preocupação não tem explicação em nenhum outro transtorno mental. Às vezes, o indivíduo possa sofrer com a falta de controle sobre a sua ejaculação ou tê-lo diminuído, mas esse não é um fator para que o diagnóstico seja feito.
Nesse caso, o período ejaculatório é normal e a queixa de pouco controle sobre a ejaculação do paciente é subjetiva. Talvez ela seja causada por influências culturais de que o homem deveria demorar horas para ejacular ou de problemas relativos ao seu relacionamento com a parceira. Portanto, essa disfunção deve ser tratada com o tratamento psicoterapêutico para que esse homem compreenda que não sofre de nenhum problema com a sua ejaculação. Então, medicamentos não devem ser receitados.
Essas 4 subcategorias foram formuladas com o objetivo de integrar 3 etiologias, sendo elas a psico, a neuro e a patofisiológica. Entretanto, para fazer o diagnóstico correto, ainda foram encontrados alguns problemas. Por exemplo, se o tempo de latência para ejacular for de 2 minutos como descrito no DSV-IV, 44,3% dos indivíduos diagnosticados como ejaculadores precoces correriam o risco de não o serem pelas novas diretrizes.
Por isso, o pesquisador McMahon propõe que seja feita uma definição baseada em uma abordagem multidimensional que tenha como componentes o tempo da ejaculação, o controle da ejaculação percebida pelo paciente e a ansiedade do paciente quanto à relação sexual. O fundamento desse estudo deve ser realizado por dados de estudos clínicos e epidemiológicos bem detalhados.
Um estudo de Rosen confirmou que a ansiedade do paciente e da sua companheira e a percepção do controle ejaculatório influenciaram mais na determinação da ejaculação precoce pelo sujeito que pelo tempo de latência ejaculatória. Isso porque, dependendo de como o indivíduo aja ou do tipo de relacionamento que ele tenha com a parceira, pode oferecer muito prazer para a outra pessoa em pouco tempo.
A ejaculação precoce é um assunto complexo e deve ser tratada por um médico competente. Portanto, assim que os sintomas da ejaculação precoce persistirem, procure um médico imediatamente para que ele lhe ofereça o melhor tratamento para o seu caso, pois como foi visto, há várias especificidades a serem estudadas.
Ela deve ser tratada porque as suas consequências podem ser muito maléficas à saúde do homem como a depressão, o isolamento, a falta de libido e problemas afetivos.
Há tratamentos naturais que podem ser feitos para acabar com a ejaculação precoce. O melhor é que eles não causam efeitos colaterais e nem dependência química porque são baseados em exercícios simples e fáceis de serem feitos. Tenha uma vida sexual plena e feliz. Saiba mais.